Os desdobramentos da pandemia têm apresentado novos desafios aos planos de saúde em 2022.
O avanço da variante ômicron do coronavírus nos primeiros meses do ano, associado ao surto de casos da H3N2 da influenza, trouxeram de volta o cenário de filas e demora nos atendimentos de saúde.
Mas, esse impacto não se limitou aos sistemas presenciais.
Assim, serviços de operadoras de saúde, que oferecem consultas via telemedicina, também registram alta expressiva na procura por consultas.
O volume sobrecarregou as plataformas e deixou muitos usuários frustrados.
Então, saiba agora como os planos de saúde estão lidando com este novo cenário.
Entenda os direitos dos consumidores e os deveres dos planos de saúde na pandemia.
+ Leia também: Como os Planos de Saúde têm agido em tempos de pandemia.
Cotação online de Planos de Saúde
Planos de Saúde: o que mudou na pandemia?
A pandemia de covid-19 obrigou muita gente a ficar em casa nos últimos dois anos. Com isso, a procura pela telemedicina passou a ser a primeira opção de boa parte dos consumidores.
Segundo dados da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), foram realizados 5,1 milhões de teleatendimentos entre abril de 2020 e novembro de 2021.
Somente entre o Réveillon e a terceira semana de janeiro foram 50 mil atendimentos realizados a distância. E, durante esse período, o número de consultas a distância chegava a dobrar a cada 36 horas.
O principal fator que contribuiu para este quadro foi a explosão dos casos de H3N2, da influenza, e da variante ômicron do coronavírus, causada pelas aglomerações das festas de fim de ano.
O resultado pôde ser visto nas longas filas de espera nos hospitais e prontos-socorros, além da sobrecarga de aplicativos e plataformas de atendimento online.
+ Tipos de plano de saúde: saiba como escolher.
Sobrecarga dos profissionais impacta o atendimento nos Planos de Saúde na pandemia
O aumento de casos da covid-19 e da gripe, além de aumentar a procura pelos serviços de saúde, também é o motivo que leva ao afastamento desses profissionais de seus postos de trabalho.
Apenas no Estado de São Paulo, estima-se que quase dois mil trabalhadores da saúde tenham se ausentado do trabalho nas primeiras semanas de 2022. Todos estes em razão de síndromes respiratórias.
Essa situação se estendeu à telemedicina.
Número de queixas contra planos de saúde aumentou
Apesar de numericamente pouco expressivas, as queixas sobre telemedicina à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aumentaram. Elas passaram de oito, em todo o mês de dezembro de 2021, para 36, entre 1º e 17 de janeiro de 2022.
A entidade admite que pode haver subnotificação neste quadro.
Operadoras trabalham na melhora dos atendimentos nos picos da pandemia
Em meio a inúmeros relatos de frustração com os teleatendimentos, as operadoras de saúde vêm adotando medidas, conforme divulgou a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde).
Entre elas estão ampliar a orientação a beneficiários, implementar melhorias nas plataformas e reforçar as equipes médicas.
Mesmo com festividades canceladas e adiadas em muitas cidades, pós-carnaval preocupa
Mas, é importante que o consumidor permaneça atento.
Isso porque, especialistas esperam que, assim como aconteceram as aglomerações das festas de fim de ano, o mesmo quadro se repita no pós-carnaval. Apesar de muitas prefeituras terem cancelado ou adiado as festividades da data.
Essa nova movimentação deve voltar a causar reflexos em postos de saúde e hospitais e aumentar a demanda em laboratórios e farmácias para realização de testes.
Telemedicina e os Planos de Saúde na pandemia
A regulamentação atual da telemedicina permite a prescrição de medicamentos, solicitação de exames, atestados e relatórios.
A estrutura de atendimento deve prever conexão estável da internet e mecanismos de comunicação para situações inesperadas de interrupção.
Contudo, vale lembrar que a telemedicina está liberada para uso em caráter emergencial e transitório no Brasil durante a pandemia.
Os planos de saúde não têm obrigação de ofertar essa modalidade. Porém, quando se dispõem a oferecer o serviço, devem garantir meios para que o consumidor acesse a consulta.
+ Leia mais: conheça os apps que te ajudam a cuidar da saúde.
Fila para atendimento: o que fazer com os Planos de Saúde na pandemia?
O Instituto Brasileiro de Direito do Consumidor (Brasilcon) orienta que caso o beneficiário do plano de saúde seja mal atendido ou não consiga atendimento, deve registrar queixa no site da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ou pelo 0800 701 9656.
Outra possibilidade é procurar o Procon da própria cidade ou formalizar uma reclamação via site, no portal Consumidor.gov.br.
Ou ainda deve registrar uma denúncia no Ministério Público, no caso de uma ação coletiva.
Mais um exame entra no Rol da ANS
Outra informação importante é que em janeiro de 2022, a ANS incluiu no rol de cobertura obrigatória mais um exame para detecção da Covid-19.
O teste de antígeno, o famoso teste rápido, que fornece o resultado em até 15 minutos agora deve ser coberto pelos planos de saúde na pandemia e depois dela.
Qualquer dificuldade em ter acesso ao teste, deve ser informada pelo consumidor às autoridades citadas acima.
+ Leia também: Plano de Saúde cobre teste de Covid?
Brasil discute uma regulamentação definitiva para os planos de saúde
A regulamentação definitiva da telemedicina tramita no Congresso Nacional.
O objetivo é padronizar critérios éticos e de segurança, assim como a definição de modalidades para o atendimento digital.
Hoje, há mais de 50 projetos de lei sobre o tema na Câmara dos Deputados.
Um dos pontos em discussão é que a teleconsulta seja usada para os chamados “retornos”, sendo que a primeira consulta do paciente precisaria ser presencial.
Outro aspecto é que os médicos precisariam ter registro em cada Conselho Regional de Medicina para poder atuar com pacientes que moram em outros Estados.
+ Saiba mais: 5 passos para escolher um plano de saúde.
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Última atualização em 02/03/2022