Encontrou uma oferta milagrosa para conseguir um empréstimo? Cuidado, muito cuidado. Pode se tratar de um golpe da internet. Mais especificamente aquele que solicita um depósito antecipado para empréstimo. No entanto, tudo não passa de uma cilada.
Para entender como funciona esse golpe da internet, preparamos um artigo para explicar como funciona. Veja também dicas para não cair na armadilha, além de saber o que fazer se for uma vítima. Confira!
Depósito antecipado para empréstimo: isso é golpe da internet?
Sim, é golpe da internet. Caso alguém solicite um depósito antecipado para empréstimo, tenha certeza: é golpe.
Isso pode ser chamado de diferentes nomes, como taxa de liberação de crédito e depósito de segurança, ainda que todos tenham a mesma finalidade. Nem mesmo existe a figura de um fiador ou avalista para que o empréstimo seja autorizado.
Ou seja, nenhuma instituição financeira de credibilidade e certificada pelo Banco Central fará alguma cobrança de taxa ou custo para conceder o empréstimo.
Vale explicar que, na verdade, o processo ocorre ao contrário. Após a contratação do empréstimo, quando estiver com o dinheiro, o cliente começa a pagar tributos. Se houver o inverso, é cilada à vista.
Como funciona o golpe de empréstimo?
O golpe da internet que utiliza o pedido de depósito antecipado para empréstimo pode usar algumas artimanhas.
A princípio, o golpista faz uma propaganda abusiva de crédito com juros baixos, agilidade na aprovação ou contando com uma condição especial, permitindo a inclusão de negativados – que, na realidade, podem ter acesso a empréstimos legalmente.
Geralmente, a divulgação desta oferta acontece fora dos canais oficiais, como redes sociais ou e-mails. Ainda assim, o estelionatário se passa por um representante de um banco ou alguma instituição financeira.
Neste momento, existe o processo de convencimento e persuasão com o cliente. O fato de haver a necessidade e desespero de se conseguir o dinheiro o quanto antes, beneficia o golpista. Achou pouco? Ele transmitirá certa confiança ao pedir documentos e dados cadastrais, além de usar formulários com logos ou, até mesmo, nomes de empresas sérias.
No entanto, chegará a mensagem: envie determinada quantia para o empréstimo ser aprovado. Mas isso não será tão claro assim. Costuma-se utilizar outros nomes, como taxa de conveniência ou depósito de liberação. Aqui, até o pagamento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pode servir de justificativa para o pedido do dinheiro.
Embora isso esteja longe de refletir a realidade. O próprio IOF só é pago durante as parcelas do empréstimo, não antes. Ou seja, são formas de esconder a real intenção de levar o seu dinheiro.
Ao fazer o depósito antecipado, a grana deve cair numa conta de pessoa física. O golpista fica com o valor e não se consegue mais contato com ele posteriormente. Pronto, o golpe está concluído.
O empréstimo nunca aconteceu e se começa uma corrida para tentar recuperar os recursos perdidos.
Como saber se é golpe do empréstimo?
Afinal, como saber que é um golpe da internet? Para descobrir que está prestes a cair na armadilha de fazer um depósito antecipado para empréstimo, listamos alguns sinais que podem te ajudar a identificar a cilada. Confira:
- Sites pouco confiáveis, com várias propagandas;
- Contato com o cliente fora dos canais oficiais;
- Sites que não mostram o CNPJ;
- Disponibilidade de crédito com pouca ou nenhuma burocracia;
- Muita facilidade em aprovar o empréstimo, sem a exigência de uma análise de seu perfil financeiro (como consulta ao SPC/Serasa), algo essencial nas instituições sérias;
- Juros oferecidos muito abaixo do mercado;
- Desconfie da pressão para o negócio ser fechado. Não há cobrança antes do dinheiro do empréstimo ser depositado;
- Necessidade de contrato mostrando os tributos, as tarifas e as taxas dos serviços da financeira;
- Obrigatoriedade do depósito ser antecipado;
- Pagamento realizado para a conta de uma pessoa física.
Como não cair nesse golpe da internet?
Certo, mas o que fazer para não cair nesse golpe da internet? Não é tão difícil como se imagina. Para isso, elencamos sete dicas mostrando os cuidados e como evitar ser pego por um estelionatário que pede um empréstimo adiantado. Acompanhe:
Faça uma pesquisa sobre a instituição financeira
Antes de mais nada, procure conhecer a reputação da empresa. Ou seja, faça uma boa pesquisa sobre a instituição na internet. Verifique o endereço físico da financeira, os contatos e fotos disponibilizadas pela mesma.
Não deixe de olhar as redes sociais da empresa, dando uma atenção especial aos comentários dos clientes. Além disso, entre em sites de avaliações, como o Reclame Aqui, para descobrir reclamações e análise de confidencialidade que ela transmite.
Outro passo essencial é procurar pela financeira no site do Banco Central. Por quê? O BC fornece uma lista de instituições autorizadas a funcionar em território brasileiro. Nenhuma companhia que esteja regulamentada pelo BC pedirá depósito antecipado, não se esqueça.
Escolha sites confiáveis para simular o empréstimo
Para identificar um site confiável, não tem mistério. Dê uma olhada se aparece a imagem de um cadeado ao lado do endereço que garante a proteção de suas informações. Isto serve para o sistema de criptografia, o que blinda os dados e impede acesso de intrusos no site.
Observe, também, o começo do endereço eletrônico: é importante que apareça as letras “https”, não somente “http”.
Não divulgue os seus dados nas redes sociais
Ainda que esteja procurando um empréstimo, não informe dados pessoais e bancários pelas redes sociais, como endereço, telefone e número de CPF. Lembre-se que as postagens são públicas e um golpista pode usar essas informações fingindo representar uma empresa de credibilidade. Nada de dar munição a um fraudador, ok?
Caso chegue uma mensagem solicitando confirmação de dados, entre em contato com a instituição através de um canal oficial para verificar a situação.
Não compartilhe informações sobre o seu WhatsApp
Durante o processo de negociação, o estelionatário pode continuar a conversa pelo WhatsApp e, inclusive, chegar a pedir dados do aplicativo da vítima. Fuja, geralmente uma financeira não oferece empréstimo por telefone ou WhatsApp.
Aliás, tenha atenção com a comunicação. Erros de português são comuns e servem como pistas deixadas pelos golpistas ao trocar mensagens. E nada de clicar em link aleatórios, outro cuidado que se deve ter para não sofrer um hackeamento de suas informações.
Evite fazer pagamento em conta de pessoas físicas
Já citado anteriormente, mas vale ressaltar: boletos, financiamentos e qualquer modalidade de crédito são realizadas por pessoas jurídicas. Não existe instituição séria que faça transação financeira com destino para uma conta de pessoa física. Se encontrar isso, já sabe que se trata de um golpe.
Está negativado? Redobre a atenção com propagandas milagrosas
Com um grande número de brasileiros negativados, o cuidado precisa ser aumentado para não sair aceitando uma propaganda incrível, porém enganosa. Caso veja uma oportunidade muito barata, com rápida aprovação e sem análise de perfil do cliente, desconfie.
Mesmo que seja mais difícil conseguir crédito com o nome nos órgãos de crédito, empresas confiáveis compensam oferecendo uma taxa de juros mais alta para evitar a inadimplência. Nenhuma solicita o pagamento adiantado para liberar o empréstimo.
Não faça depósito antecipado
“Se não fizer o depósito antecipado, o cliente estará com o nome negativado”. Caso tenha escutado isso, saiba que isso faz parte da estratégia para retirar o seu dinheiro. Não faz sentido estar com o nome sujo se nem recebeu o empréstimo.
Entre tantas formas de convencimento e ameaças, lembre-se: não faça depósito antecipado para conseguir um empréstimo. Isso não existe quando falamos de uma instituição séria, além de ser uma prática ilegal.
Fui vítima de um golpe, o que fazer?
Neste caso, a primeira providência é registrar um boletim de ocorrência (presencial ou online) o quanto antes descrevendo o que aconteceu. Junte provas do golpe da internet, como o comprovante do depósito, prints da tela do site que ofereceu o crédito e de conversas (seja no WhatsApp, e-mail ou outra rede social) com o estelionatário.
Depois, avise o seu banco na tentativa de cancelar a transferência. Outro caminho é entrar em contato com o banco do golpista para informar a fraude. Isso pode gerar um bloqueio da conta e, se houver documentos falsos no cadastro dele, o dinheiro pode ser devolvido.
Não esqueça de comunicar o caso aos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon de sua região.
Caso não haja retorno das entidades, uma possibilidade é acionar a Justiça para entender quais seriam as opções ao consumidor.
Última atualização em 02/05/2022