O cartão de crédito é uma das formas mais comuns hoje em dia de fazermos as nossas compras. É cada vez mais fácil e rápido usar o cartão em aplicativos, compras online e em várias outras situações. Do outro lado, ainda tem muita gente que é pega de surpresa com a cobrança da fatura do cartão de crédito e não entende muito bem como a taxação funciona.
Esse é o caso dos encargos rotativos. Se você ainda não sabe como funcionam essas taxas, fique atento para as nossas indicações neste texto. É muito fácil se endividar por meio dos encargos rotativos e criar uma bola de neve que pode complicar as suas finanças.
O que são os encargos rotativos?
Ao final de cada mês, a fatura do cartão de crédito é fechada e o valor deve ser pago no vencimento, cuja data pode ser escolhida pelo próprio consumidor. Os encargos rotativos são os juros ou taxas cobrados pela instituição financeira quando o consumidor não paga o valor total da fatura do cartão de crédito.
Geralmente as pessoas entram nos encargos rotativos do cartão quando se empolgam demais nas compras usando o crédito, sem o planejamento de como vão pagar mais adiante, ou em casos de emergência. O encargo rotativo é acionado automaticamente após o vencimento da fatura, quando o cliente paga apenas o valor mínimo do montante devido no cartão. Os juros incidem sobre o valor restante, até que a pessoa consiga quitar a sua dívida.
Em outras palavras, o encargo rotativo é uma forma de crédito automático – ou empréstimo – que o banco disponibiliza para que o cliente mantenha a sua credibilidade por mais um tempo. Mas isso tem um preço. Como há neste cenário a incerteza do pagamento da dívida, os encargos rotativos possuem uma das taxas de juros mais altas do país.
Um detalhe importante. Para que os juros rotativos sejam aplicados, a pessoa deverá pagar o valor mínimo da fatura. Quando nem mesmo esse valor é pago, o indivíduo é considerado inadimplente pelas instituições financeiras. Essa situação inviabiliza uma série de facilidades como: a realização de empréstimos, financiamentos e até mesmo a continuidade do crédito pessoal. Então fique atento para não “sujar” o seu nome por descuidos.
Quanto custa a taxa dos encargos rotativos?
Os juros do crédito rotativo é um dos mais altos do mercado brasileiro. Segundo dados divulgados pelo Banco Central, no início de 2022, o juro médio do rotativo é de 346,3% ao ano. Isso significa que se você deve ao banco um valor de R$1000,00, ao final de 12 meses o saldo devedor saltará para o valor de R$3463,00.
O ideal, caso você entre nos juros do rotativo, é se preparar para pagar logo no mês seguinte. Evite criar parcelas do cartão de crédito maiores do que seus ganhos mensais. Uma surpresa como os juros do rotativo podem desequilibrar todas as suas finanças.
Quais as formas de sair dos encargos rotativos?
A forma mais simples de evitar os encargos rotativos é pagar o valor total da fatura do cartão de crédito antes da data de vencimento.
Desde o ano de 2017, a Resolução nº 4549 do Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu novas regras para o uso do rotativo do cartão de crédito. Antes dessa resolução, a cada mês aplicavam os juros separadamente nas faturas atrasadas, acumulando por vários meses, no caso do não pagamento. Isso gerava uma série de problemas como o aumento da inadimplência e, no fim das contas, o banco por vezes tinha que arcar com prejuízos.
Hoje em dia as novas regras do Banco Central estabelecem que o crédito rotativo deve ser usado apenas no primeiro mês em que a pessoa não pagou a fatura completa do cartão. Com este limite de 30 dias, a instituição financeira evita o acúmulo da inadimplência por parte do consumidor, que não poderá ter o rotativo à sua disposição em dois meses consecutivos, por exemplo.
Dessa forma, a pessoa tem duas opções de quitação do valor excedente. Ela pode pagar o valor total da dívida contraída, junto à próxima fatura do cartão de crédito. Neste caso, devemos considerar o valor que não foi pago em determinado mês com os encargos rotativos, mais o saldo de compras realizadas com o cartão de crédito no mês seguinte.
Caso não seja possível o pagamento integral da fatura, a pessoa poderá optar pelo parcelamento da mesma. A instituição financeira, por sua vez, deve oferecer opções de parcelamento deste valor que sejam mais vantajosas ao consumidor, do que o valor do rotativo do cartão de crédito.
Atenção às finanças
Fique sempre atento às suas finanças durante o mês. Uma opção é buscar serviços dos bancos, como aplicativos de celular, que avisem sobre o limite ou quando você ultrapassou o valor e pode entrar no rotativo. Saiba que as datas de fechamento e de pagamento da fatura são distintas e dá para ajustar com a data em que você tem dinheiro entrando na conta.
Caso o valor realmente esteja acima do que você consegue pagar, uma saída é tentar dentro do mês conseguir uma renda extra. Você pode vender roupas ou móveis extras que possui; dar aulas em algo que você seja especialista; oferecer algum serviço etc. A criatividade nesses momentos podem salvar as suas finanças.
Outra opção é usar as taxas a seu favor. Por exemplo, conseguir um empréstimo para o pagamento da dívida do cartão. Essa solução pode ser um pouco inusitada, de pagar uma dívida entrando em outra dívida. No entanto, as modalidades de empréstimo e crédito pessoal podem oferecer juros bem mais baixos e você poderá diluir o valor total da dívida em parcelas menores e por mais tempo. Fique atento sempre aos prazos e valores das parcelas para fazer o comparativo.
Última atualização em 01/09/2022