Na hora de garantir um contrato, muitas empresas se perguntam se seria melhor fazer um seguro garantia ou carta fiança. Leia este texto para entender por que o seguro garantia é mais vantajoso.
Seguro garantia ou carta fiança
Quando uma empresa assume um contrato para a execução de um serviço, é comum a assinatura de documentos para minimizar problemas em caso de quebra desse contrato.
Embora isso seja mais comum no caso de licitações e contratos públicos, também pode ocorrer no setor privado.
Dois instrumentos comuns para este fim são o seguro garantia e a carta fiança. Embora eles tenham objetivos parecidos, algumas características são diferentes.
Se você está em dúvida sobre contratar um seguro garantia ou carta fiança, leia o texto abaixo e faça a comparação entre os dois, antes de tomar a decisão.
Prazo para obtenção do documento
Uma carta fiança leva entre uma e duas semanas para ser emitida por um banco ou por instituições financeiras.
Já um seguro garantia sai bem mais rapidamente, em poucos dias. Basta enviar à seguradora uma documentação padrão.
Essa documentação inclui o contrato da empresa com identificação dos proprietários, os balanços dos últimos três meses e a Demonstração do Resultado de Exercício (DRE).
Prazo de vigência
Outro ponto a levar em consideração se estiver na dúvida entre seguro garantia ou carta fiança é o prazo de vigência.
O prazo de vigência do seguro garantia é estabelecido em contrato e prevê a prorrogação automática. Assim, é possível elaborar uma apólice personalizada, de acordo com a duração do serviço em questão.
Já no caso da carta fiança, o prazo costuma ser de um ano, sem possibilidade de prorrogação. Existe até a possibilidade de o prazo exceder a duração do serviço, ocorrendo assim desperdício de recursos.
Rapidez no acionamento
Vamos a mais um ponto para decidir se é melhor contratar seguro garantia ou carta fiança.
Caso seja necessário acionar o seguro garantia, isso poderá ser feito de modo fácil e rápido. A liberação da cobertura por parte da seguradora deve ocorrer pouco tempo após o encaminhamento da documentação necessária.
No entanto, o acionamento da fiança bancária envolve uma burocracia excessiva, o que retarda naturalmente o procedimento de liberação. Fora isso, será necessária uma visita ao banco, incluindo certo tempo de espera em filas.
Outra desvantagem da carta fiança é que é preciso esperar a cobrança por parte do credor para que haja a liberação da fiança, o que implica em interrupção do serviço. Isso não ocorre com o seguro garantia.
Taxas
Uma carta fiança emitida por uma instituição bancária costuma vir acompanhada de taxas de juros altas, em comparação com as praticadas pela maioria das seguradoras.
Por exemplo, um seguro garantia promove a cobrança de um percentual de taxas anuais entre 0,3% e 3%.
Enquanto isso, as taxas anuais de uma carta fiança geralmente são acima de 3%, podendo mesmo chegar a 7%.
Cobertura
Geralmente, a cobertura prevista nas cláusulas de uma apólice de seguro garantia é negociável. Isso é extremamente vantajoso para a empresa, pois permite a elaboração de apólices customizadas, que podem incluir coberturas adicionais.
Há diversos tipos de seguro garantia: seguro garantia judicial, seguro do executante, de adiantamento de pagamento, seguro aduaneiro, etc. É só verificar qual se adequa melhor ao contrato de serviço assinado pela empresa.
Contudo, o mesmo não é verdade quanto à cobertura de uma carta fiança, cujas cláusulas não são negociáveis, pois obedecem sempre a um modelo padrão.
Uso do limite de crédito
Quando se contrata uma fiança bancária, é tomado parte do limite de crédito junto a bancos.
Isso quer dizer que, caso a empresa venha a precisar de um empréstimo bancário, o crédito que
poderá ser financiado será menor. Essa desvantagem é especialmente ruim para empresas que dependem desse crédito para realizar seus serviços.
Isso não ocorre com o seguro garantia, pois ele é obtido junto a seguradoras, e não a um banco. Desse modo, se a empresa precisar de um empréstimo, terá à sua disposição o limite de crédito integral.
Reciprocidade bancária
Frequentemente, para obter uma carta fiança de um banco, é exigido em troca que a empresa aplique determinado percentual do valor em títulos do banco.
A contratação de um seguro garantia, por outro lado, não costuma requerer reciprocidade. Normalmente, isso só acontece se a saúde financeira da empresa estiver muito ruim.
Outras diferenças entre seguro garantia e carta fiança
Também há outros pontos que devem ser considerados na decisão entre seguro garantia ou carta fiança.
Para a aquisição de uma fiança bancária, é possível que ocorra uma análise do histórico da empresa junto ao banco. As seguradoras, por serem independentes do sistema bancário, não requerem nenhum relacionamento anterior.
Outro ponto importante é que um banco trabalha com uma série de serviços diferentes, de modo que a carta fiança é apenas mais um.
Já as seguradoras, por se especializarem nesse tipo de serviço, conseguem pulverizar os riscos entre centenas de apólices. Isso possibilita um preço mais vantajoso para a empresa tomadora.
Além desse fator, existe também o mercado de resseguros: a existência das chamadas resseguradoras. Elas que funcionam como um seguro para as próprias seguradoras, amortiza ainda mais os riscos de um seguro garantia.
Conhecendo todos esses aspectos, você consegue ter uma boa base para decidir se contrata um seguro garantia ou carta fiança.