A procura por seguro auto vem registrando seguidos aumentos no Brasil. De acordo com o Índice Neurotech de Demanda por Seguros (INDS), o crescimento foi de 30% em maio de 2022 em comparação ao mesmo mês do ano anterior. E a alta foi registrada em meio à elevação nos preços dos prêmios, motivada pela valorização dos carros usados no mercado brasileiro.
Em maio, o INDS destaca os estados do Paraná (32,91%), Rio Grande do Sul (30,77%) e São Paulo (24,47%), entre os três primeiros do ranking de procura pelo seguro auto. Foram seguidos por Rio de Janeiro e Minas Gerais, com alta de 22,55% e 17,86%, respectivamente.
Circulação volta ao normal
Daniel Gusson, Superintendente Comercial de Seguros da Neurotech, avalia os principais motivos pela alta da busca pelo seguro auto. Segundo ele, além da busca de melhores condições de preço e o aumento das vendas de veículos seminovos, é a retomada da circulação a patamares iguais aos de anteriormente à pandemia.
Carros mais caros, prejuízo maior
A elevação dos preços dos veículos seminovos, que chegou a 40% em apenas um ano, também tem a ver com o aumento da procura pelo seguro auto. Com carros mais caros, o risco de prejuízo para o proprietário é maior em caso de furto, roubo ou perda total por acidente ou incêndio.
O que é o INDS?
Recém-criado pela Neurotech, o Índice Neurotech de Demanda por Seguros (INDS) abrange o universo das principais seguradoras brasileiras. Ele mensura o interesse do brasileiro em assegurar o seu automóvel.
Nem todas as milhões de consultas mensais registradas se transformam em apólices contratadas. O processo depende de fatores como o perfil da pessoa que está fazendo a solicitação, a análise do risco da seguradora e se há ou não indícios de fraude.
Por que o seguro auto subiu tanto?
Como dito anteriormente, a valorização dos carros usados tem sido a principal vilã do preço do seguro auto em 2022. Este aumento no preço dos veículos foi causado pela redução na oferta de carros novos, muito afetados pela falta de componentes e insumos no mercado mundial.
Com carros mais caros, as companhias seguradoras precisam desembolsar mais dinheiro nos casos de indenização integral. Fora isso, os preços das peças e componentes automotivos também subiram, afetando o segmento da reparação.
Quantidade de sinistros cresceu
Outro fator preponderante foi a maior sinistralidade. Dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados) mostram que o total pago em indenizações subiu 41,3%, chegando a R$ 7,2 bilhões no primeiro trimestre de 2022 em comparação com o mesmo período do ano passado.
Ao mesmo tempo, a receita com seguros de carros cresceu bem menos: 23,3% no primeiro trimestre de 2022, passando de R$ 8,6 bilhões para R$ 10,6 bilhões, também em relação ao mesmo período em 2021.
Estabilidade só em 2023
Neste ano, ainda deve haver bastante instabilidade nos preços dos seguros pela inflação e pelas eleições, em outubro. Provavelmente no primeiro semestre do próximo ano sentiremos alguma estabilidade.
Isso vai depender do mercado externo. Se a China voltar a operar normalmente, e as montadoras tiverem as peças suficientes para adequar a produção de carros, os preços dos usados tendem a cair, trazendo consigo o valor dos seguros.
Como reduzir o preço do seguro auto?
Uma boa opção para reduzir o valor do prêmio é apelar para o seguro auto por assinatura, como o Pay Per Use e o Mão na Roda, da Thinkseg. O primeiro tem um valor de assinatura mensal e um adicional por quilômetro rodado. É um produto sob medida para quem roda pouco.
Já o Mão na Roda cobra um valor fixo de assinatura e oferece coberturas opcionais, que vão aumentando um pouquinho o valor final da mensalidade.
Para quem prefere o seguro auto convencional, a alternativa é reduzir as coberturas e excluir alguns serviços não essenciais, como carro reserva por tempo ilimitado, franquia reduzida, cobertura para acessórios, entre outros.
Última atualização em 14/07/2022