Todo dono de carro já ouviu falar de polimento e cristalização de carros. Seja na hora da revisão na concessionária, ou quando leva o carro para lavar em um lava-rápido, os serviços são sempre oferecidos e na maioria das vezes rejeitados. Sim, não são baratos. Mas dá para dizer que valem o investimento, pois os resultados são excelentes e a frequência que devem ser feitos é pouca.
Prazer, sou a pintura do seu carro
Antes de explicar qual a diferença entre polimento e cristalização é importante saber como é composta a pintura de um carro. A chapa de aço, ainda “crua”, recebe um banho químico que vai protegê-la da corrosão. Em seguida, são aplicadas de três a cinco camadas de primer, também conhecido como base ou fundo. Com a carroceria tingida pelo primer fica mais fácil encontrar imperfeições nas peças e corrigi-las antes da aplicação da tinta.
Com as peças da lataria em perfeitas condições, finalmente o carro recebe de cinco a dez camadas de tinta e ganha cor. A tinta, contudo, é fosca. O brilho fica para na última etapa do processo de pintura, que é a aplicação de três a cinco camadas de verniz. O produto é transparente e, além de deixar a carroceria reluzente, protege a pintura.
Tchau, brilho
Conforme o carro vai sendo usado, a pintura vai sendo degradada. Seja por lavagens feitas de maneira incorreta, por dejetos de pássaros, chuvas ácidas ou pelos pequenos esbarrões tão comuns no dia a dia. Assim, riscos e manchas vão aparecendo. O brilho de quando saiu da concessionária passa a ser somente uma lembrança.
Oi, brilho! Há quanto tempo!
É aí que entram os processos de polimento e cristalização de carros. Os dois são diferentes e complementares. Eles servem para retirar ou amenizar os riscos e manchas e recuperar o brilho do verniz. O resultado impressiona, pois na maioria das vezes o carro volta a ter o aspecto de quando era novo.
A primeira etapa é o polimento técnico. Ele é feito com uma ferramenta elétrica chamada politriz. No seu disco – que gira em altas rotações – vai uma boina que pode ser de lã ou espuma. A boina recebe um líquido polidor e então é aplicada à pintura.
O polimento técnico é feito em cinco etapas:
1- Descontaminação
Após a lavagem, é passada na carroceria uma barra emborrachada, mole e pegajosa chamada clay bar. Toda a sujeira pesada impregnada (como seiva de árvores, respingos de tinta ou asfalto) acaba aderindo à barra e a pintura já ganha um aspecto melhor.
2- Inspeção
Durante a descontaminação é possível fazer uma análise detalhada do estado da pintura para identificar os pontos que precisam de mais atenção e medir a espessura do verniz. Riscos mais profundos são suavizados ou até retirados totalmente com lixas d’água específicas para polimento. Partes plásticas e de borracha são protegidas com fitas e protetores plásticos para não serem atingidas e manchadas pela boina.
3- Corte
Com uma boina de lã e um composto polidor mais grosso e abrasivo, a etapa de corte é responsável por retirar os riscos e manchas do verniz. O efeito colateral é que a boina deixa algumas marcas, chamadas hologramas. Para reduzi-los, é borrifado álcool isopropílico. É na etapa de corte que retiram as marcas de lixamento.
4- Refino
O refino do polimento serve para reduzir as marcas deixadas pela etapa de corte e iniciar a recuperação do brilho. Ele é feito com uma boina de espuma de densidade média e um composto polidor menos abrasivo. Ao final, novamente o álcool isopropílico é aplicado a fim de encontrar marcas deixadas pela boina.
5- Lustro
Por fim, a etapa de lustro é responsável por tirar qualquer marca que tenha ficado e devolver o brilho original ao verniz, além de oferecer uma leve proteção. A boina usada é de espuma macia e o polidor é mais fino de baixíssima abrasão. Se o dono quiser, a correção e proteção da pintura podem terminar por aqui.
Mas e a cristalização de carros?
Como dito anteriormente, a cristalização de carros é uma etapa complementar e realizada após o polimento técnico. Uma cera cristalizadora (em pasta ou líquida) é aplicada manualmente. Ela aumenta ainda mais o brilho e cria uma camada protetora maior. Além disso, o processo de cristalização de carros aumenta a repelência da pintura à água. Faz com que ela escorra pela carroceria com mais facilidade e, assim, suje menos o carro.
Depois do polimento técnico, a cera cristalizadora vai a cada noventa dias para manter o brilho e a proteção. Caso contrário, o verniz começa a ficar novamente exposto e vai perdendo o brilho e ganhando micro riscos. Após um ou dois anos, será necessário repetir todo o processo.
Posso cristalizar sem polir?
Sim, é possível fazer a cristalização de carros sem realizar previamente o polimento. Porém o resultado será bastante inferior. Isso porque a cera cristalizadora tem baixa capacidade de abrasão. Assim, ela vai retirar apenas riscos leves e não conseguirá recuperar o brilho do verniz.
E a vitrificação, o que é?
A vitrificação, revestimento nanocerâmico ou coating (do inglês, revestimento) é um processo semelhante à cristalização. Porém, é ainda mais refinado.
Após o polimento técnico, usa-se um produto composto por sílica vítrea líquida na pintura. Ele forma uma camada protetora, brilhante e com altíssima repelência. Ela pode durar até cinco anos. Com a vitrificação, o verniz acaba não sendo atingido por contaminantes, que são “barrados” pela camada do vitrificador.
Apesar de oferecer alta proteção, a vitrificação requer cuidados, especialmente nas lavagens. Solventes e derivados de petróleo não podem entrar em contato com a pintura. Você deve usar apenas sabão neutro automotivo e a cada 90 dias deve ser feita a manutenção da vitrificação. Ela é feita com a aplicação de um selante específico para carros vitrificados.
Carros novos podem ser cristalizados ou vitrificados?
Mesmo sendo novas, as pinturas de carros zero-quilômetro têm suas marcas. Isso acontece porque o carro sai da linha de montagem e fica em um pátio aberto. De lá, vai para as concessionárias em caminhões de transporte também abertos. Por fim, nas concessionárias ficam ao ar livre até a venda.
Nessa caminhada até a garagem do primeiro proprietário fatalmente a pintura ganhará alguns micro riscos e marcas. Uma boa análise da carroceria seguida de um polimento mais ameno corrigirá os defeitos. Também deixará a carroceria pronta para receber a proteção da cristalização ou da vitrificação.
Quanto custa?
De fato, os serviços de polimento técnico, cristalização de carros e vitrificação não são baratos. Para carros pequenos, gasta-se em torno de R$ 400 reais para polir e cristalizar. Em picapes e SUVs grandes, a conta dobra e chega aos R$ 800.
A vitrificação é ainda mais cara, pois o composto vitrificador tem um custo bem elevado. Um carro pequeno paga no mínimo R$ 600, enquanto em modelos grandes o serviço pode ultrapassar os R$ 2.000 se tiver uma proteção de cinco anos.
Vale o investimento?
Ter um carro com a pintura reluzente e livre de arranhões é garantia de valorização na hora da revenda. Também traz economia com a repintura, caso a degradação do verniz atinja o seu nível máximo.
O que com certeza vale a pena é fazer um seguro auto. Você pode fazer sua cotação de forma descomplicada, com as maiores e melhores seguradoras do país aqui na Bidu. Não deixe seu carro desprotegido.
Última atualização em 21/10/2021