O freio ABS é um dos itens obrigatórios nos veículos brasileiros desde o ano de 2014. Antes de se tornar obrigatório entre os carros particulares, a tecnologia era encarada mais como um conforto extra dos carros mais luxuosos.
Hoje, depois de ser amplamente difundido entre os veículos urbanos, os freios ABS não chamam mais tanta a atenção dos motoristas. Muitas vezes eles nem são notados na hora da compra de um veículo novo ou seminovo.
O que não pode ser esquecido, no entanto, é que a tecnologia do freio ABS oferece mais controle ao motorista. Além disso, reduz uma série de acidentes, se compararmos com outras tecnologias de frenagem anteriores.
Como funciona o sistema de Freio ABS
ABS é uma sigla em inglês para “Anti-lock Braking System”, o que significaria em português um sistema de freios antitravamento. Como o próprio nome sugere, a solução tecnológica evita que as rodas do veículo travem. Principalmente quando uma frenagem de emergência é efetuada pelo condutor.
O sistema do freio ABS é todo baseado em sensores e é complementar ao sistema de freios tradicional.
Os sensores servem para monitorar a velocidade nas rodas e controlam cada uma delas independentemente. Assim, eles podem atuar para evitar o travamento de uma ou mais rodas do veículo, aplicando e soltando pressão continuamente em cada uma delas.
O interessante é que o sistema de freio ABS atua em situações de emergência. Ou seja, ele é ativado apenas quando o freio é acionado bruscamente e com força.
Uma característica bastante comum do freio ABS é a trepidação do pedal do freio. Muitos condutores desacostumados com esse tipo de freio podem achar que isso é um problema.
Ao contrário, este é o indicativo de que o sistema foi acionado. Se não houver trepidação, significa que aquela frenagem não necessitou do ABS. Mas não se preocupe, o sistema se mantém ativo mensurando a velocidade das rodas.
Se, mesmo assim, você quiser ter certeza do bom funcionamento do sistema, quando os freios ABS apresentam alguma pane ou problema, fique atento. Nesse casos o condutor pode identificar o alerta no painel do veículo. Ele acontece por meio de um símbolo amarelo circular aceso com as letras da sigla ABS. Se este sinal estiver apagado, o sistema está em pleno funcionamento.
Quais as vantagens de se possuir o sistema ABS?
Existem duas vantagens principais ao usar o freio ABS:
- melhor controle do veículo em manobras de risco;
- diminuição da distância de frenagem.
Esses dois motivos são o suficiente para salvar vidas em uma emergência.
Vamos imaginar um veículo com um sistema tradicional de frenagem. Nesse caso, quando o condutor pressiona o pedal de freio com força, as rodas travam instantaneamente. Assim, o motorista fica preso em uma posição e direção determinada por vários metros até a parada completa do carro.
Digamos que o veículo esteja a 70km/h em uma estrada de asfalto tradicional. Ao acionar o freio sem ABS o condutor pode levar cerca de 45 metros para parar totalmente o veículo. Some-se a isso o fato de que ele não poderá mudar a sua trajetória.
Com o sistema de freio ABS, a distância de frenagem pode diminuir entre 20 e 30% até a parada total do veículo. E enquanto o veículo está freando, o condutor pode girar o volante e desviar de obstáculos, o que é bem mais difícil sem o sistema. Essa dirigibilidade também se mantém em terrenos menos favoráveis, como pista molhada, grama e outros.
Manter a dirigibilidade e diminuir o tempo de frenagem influenciam também na atenção e nos reflexos do motorista. Sem o sistema ABS, os condutores experimentam uma sensação de insegurança, de forma mais intensa e por mais tempo.
Com o travamento das rodas, também o volante fica preso e por instantes a pessoa fica sem ação. Isso muda quando, no mesmo cenário, o condutor tem resposta do veículo ao girar o volante, oferecendo mais confiança para a realização de uma manobra perigosa. Mesmo sendo muito rápido, são segundos preciosos que podem salvar vidas.
História do ABS no Brasil
O primeiro modelo de carro a ser equipado com freio ABS no Brasil foi o Volkswagen Santana, ainda em 1991. Em seguida, foi a vez da Chevrolet trazer a tecnologia para o Ômega.
Outros modelos foram ganhando o item como de série ao longo dos anos. Mas, na maioria dos casos, o sistema de freios ainda era oferecido em versões mais completas e caras ou como um item opcional.
Em meados de 2009 o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) lançou uma medida para mudar este cenário. A medida obrigou as montadoras a oferecer airbags duplos frontais e o sistema de freio ABS como itens de segurança obrigatórios em todos os veículos saindo de fábrica.
As montadoras tinham até dezembro de 2013 para se ajustarem às novas regras. A partir do dia 1º de janeiro de 2014 toda a frota de veículos novos brasileiros estava adaptada com os itens de segurança.
Como fica a situação dos veículos usados?
Uma consequência direta da inclusão dos itens de segurança foi o aumento no preço dos veículos novos.
Alguns modelos mais antigos, inclusive, pararam de ser fabricados pelas montadoras. Outras, aproveitaram o momento para renovar o desenho dos modelos já existentes para comportar os itens de segurança.
Boa parte dos veículos usados e seminovos que datam de antes da obrigatoriedade podem ter o freio ABS instalado como opcional. Porém o valor pode ser inviável, comparado com outros veículos usados a partir do ano de 2014.
Na hora da compra vale verificar todos os itens inclusos no valor do carro, ano do modelo e se ele já possui os freios ABS de fábrica.
Última atualização em 26/02/2019