Imagine a situação: o motorista está à noite em uma estrada escura quando percebe que o pneu furou. Ele estaciona no acostamento, liga o pisca-alerta, coloca o triângulo de segurança e, ao retirar o estepe do carro, percebe que está murcho. Pois é, na falta de um o motorista tem dois problemas para resolver.
Na maioria das vezes, lembramos do estepe do carro apenas quando precisamos usá-lo. E nem sempre a história termina bem. Não é raro o pneu sobressalente, esquecido há anos dentro do porta-malas, estar com problemas. Daí não resta outra solução a não ser ligar para o seguro ou esperar o socorro da concessionária da rodovia.
Entretanto, o estepe do carro é um equipamento de segurança e merece a atenção do dono do carro para não causar dores de cabeça. E não basta apenas mantê-lo calibrado. O pneu demanda outros cuidados para estar sempre pronto para o uso. Confira alguns deles!
Mantenha a calibragem em dia
O estepe do carro deve ser calibrado ao menos uma vez por mês para que não seja esquecido. Coloque sempre mais libras do que os pneus que estão em uso, justamente para que ele demore mais para ficar murcho. Para facilitar a calibragem, o ideal é deixar sempre o pneu com a válvula virada para o lado de fora.
Cadê o estepe do carro?
O pneu furou, o motorista foi retirar o estepe e… surpresa! Ele não está lá. O furto de estepes é muito comum, estejam eles dentro ou fora do carro. E não pense que apenas carros estacionados na rua estão sujeitos. Até mesmo quem utiliza estacionamentos particulares pode ser vítima.
Ao calibrar, além de encher é possível saber se o estepe do carro não foi subtraído. Também é importante manter o macaco e chave de roda em ordem para estar pronto na hora de uma emergência.
Fique de olho na validade
Os pneus têm uma validade média de cinco anos. Após esse prazo, a borracha costuma ressecar. Isso ocorre especialmente nos modelos com estepes expostos na trampa traseira ou acomodados do lado de fora, sob o assoalho do porta-malas.
Quando um pneu ressecado é colocado para rodar, pode se deformar ou até mesmo estourar. O DOT é uma sequência numérica que indica a semana e o ano de fabricação dos pneus. É gravada nas laterais, próxima à borda da roda e identificada desta maneira: 1822, ou 18ª semana do ano de 2022.
Se o estepe do carro tem mais de cinco anos, é bom cuidar, pois as chances de ter problemas é grande. O ideal é substituí-lo por um novo. Se não for possível, procure transitar a baixas velocidades e não demore para encontrar um borracheiro ou oficina para reparar o pneu furado.
Estepe careca dá multa
Quando o pneu do estepe do carro tem a mesma medida dos demais que estão rodando, é muito comum aproveitá-lo na primeira troca do jogo completo por desgaste. Assim, é possível economizar dinheiro e comprar apenas três pneus novos.
Normalmente, ao se fazer isso, pega-se o pneu menos desgastado do jogo que está sendo substituído e o coloca como estepe. Aí que está o problema! Se o pneu estiver muito careca, pode ocasionar multa.
É o que diz o inciso 9º do artigo 230 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro). O texto considera infração “conduzir o veículo sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inoperante”.
O pneu sobressalente é entendido, pela legislação, como um equipamento obrigatório. E, se estiver murcho, também é passível de multa, que é de natureza grave, equivalente a cinco pontos na carteira e R$ 195,23.
Quando um pneu é considerado careca?
A resolução 558 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determina que um pneu não tem mais condições de uso quando seus sulcos estão com a profundidade mínima abaixo de 1,6 milímetro. Para ajudar o motorista a identificar um pneu desgastado, todos os fabricantes utilizam um dispositivo que mede a profundidade dos sulcos da banda de rodagem.
Essa medida se chama TWI, do inglês Tread Wear Indicator, ou Indicador de Desgaste da Banda em tradução direta. Ela possui a sigla ou uma seta gravadas no ombro do pneu. Na banda de rodagem, na mesma direção destas marcações, pequenas saliências nos sulcos indicam o desgaste. Quando a banda atinge a altura delas, está na hora de trocar o pneu.
Estepes de uso temporário
Com o passar dos anos, o conjunto de roda e pneu dos carros foi crescendo e, quanto maior ele fica, mais espaço ocupa no porta-malas. A solução encontrada pelos fabricantes foi o uso de estepes de uso temporário. Menores e bem mais finos do que os pneus originais, são conhecidos popularmente como “linguiça”.
A ideia é usar o estepe temporário somente no trajeto entre o local onde ocorreu o furo e o borracheiro mais próximo, sempre a uma velocidade máxima de 80 km/h. Seu uso por longos percursos compromete a segurança, pois a sua durabilidade é baixa e seu formato prejudica a estabilidade e o equilíbrio do carro.
Pneus run flat
Os pneus run flat são muito comuns em modelos importados mais caros. Com laterais de borracha mais dura e que não deformam, conseguem rodar mesmo murchos, pois a borda roda não encosta no asfalto.
Na maioria das vezes, carros com pneus run flat não têm estepe, apenas um kit com um composto selante e um compressor de ar portátil. Assim como os estepes temporários, os pneus run flat devem rodar distâncias curtas e em baixas velocidades quando furarem.
Monitoramento de pressão dos pneus
Os modelos de carros mais recentes estão usando um sistema que monitora a pressão dos pneus. Quando algum deles está abaixo da calibragem recomendada, um sinal de alerta acende no painel.
Em alguns carros, o pneu exato e quantas libras tem são identificados. O monitoramento ajuda o motorista a rodar sempre com calibragem ideal, privilegiando o consumo, e também a identificar furos.
Última atualização em 13/05/2022