Quanto mais a tecnologia avança, maior é o conforto e melhor é a experiência de dirigir um carro. De um outro lado, quanto mais dispositivos conectados um carro possui, maior é a possibilidade do seu carro ser hackeado, conforme você já leu no blog da Bidu Corretora. Mas será que as tecnologias atuais são mais seguras?
Samy Kamkar, pesquisador de segurança digital norte-americano, discorda. E ele pode provar como quem pensa assim está errado: ele apresentou, nos últimos dias, um dispositivo que pode hackear a chave codificada do seu carro. Não é nenhum modelo de chave codificada especial como aquela da Fiat que não deixa você dirigir bêbado – é esse modelo que você provavelmente tem agora no seu bolso, como uma chave canivete. E ele fez isso gastando apenas 30 dólares. Já pensou, invadir o sistema de chaves codificadas pagando tão pouco? Algo está errado.
O equipamento, batizado de RollJam, precisa ser escondido dentro ou fora do carro. Quando a chave envia as informações para destrancar a porta, o aparelho intercepta e armazena os dados.
Como o carro não foi destrancado, o motorista aperta novamente o botão – o equipamento captura esse segundo sinal e envia o primeiro para o carro, que destrava as portas. O segundo sinal fica guardado no aparelho para que o hacker possa abrir a porta depois.
Esse aparelho é uma evolução do Chapolin, equipamento usado por criminosos brasileiros para roubar carros. O Chapolin embaralha o sinal enviado pela chave codificada e deixa o carro destrancado, a mercê de bandidos.
Alguns modelos mais complexos também copiam o sinal da chave para abrir o carro em outro momento. No entanto, chaves mais modernas modificam o sinal a cada envio, inutilizando a função do Chapolin.
O conceito usado por Kamkar para desenvolver o RollJam é antigo e circula na internet por cerca de 20 anos. No entanto, nunca havia sido demonstrado fisicamente em um aparelho que funcionasse.
O pesquisador vai demonstrar todos os detalhes da pesquisa e do equipamento no Defcon, conferência sobre segurança que vai acontecer no próximo dia 15, em Las Vegas, Estados Unidos. A ideia de Samy é que, revelando esses detalhes ao público, as montadoras e fabricantes de chaves codificadas corrijam essa falha nas próximas versões.
Mas nem tudo está perdido: caso seu carro seja furtado por esse método, o seguro de carro cobre. Menos mal, não?