Até alguns anos atrás, quem quisesse um carro automático teria que escolher um modelo de luxo ou, na melhor das hipóteses, uma versão topo de linha entre as opções do segmento intermediário. Nos últimos dez anos, contudo, o câmbio automático se popularizou e hoje já equipa seis em cada dez carros novos vendidos no Brasil.
Má fama ou falta de instrução?
Apesar dessa popularização, muita gente ainda carrega preconceitos contra o carro automático. Um dos mais comuns é de que ele não é seguro. O fato é que o número crescente dos acidentes com carros automáticos tem muito mais a ver com a imperícia dos motoristas – por falta de instrução – do que pelo equipamento em si. Afinal são apenas dois pedais e você precisa apenas acelerar e frear.
Carro automático não é inseguro
No final das contas, carro automático não é inseguro. As pessoas que não foram ensinadas corretamente como conduzi-lo. É preciso ficar atento ao comportamento do veículo, que se move assim que se tira o pé do freio, além do acionamento do câmbio. É comum as pessoas se distraírem e engatarem a marcha à ré em vez de acionarem a posição Drive, por exemplo.
Autoescola não ensina a conduzir carros automáticos
Um dos grandes erros está na formação dos motoristas. Hoje, as autoescolas e os exames para a obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) utilizam apenas carros com câmbio manual. A justificativa é que conduzir um carro manual é mais complexo e, desta maneira, o motorista que domina a técnica automaticamente estará apto a dirigir um carro automático também.
Não é bem assim. Como dito acima, o carro automático tem algumas particularidades no seu funcionamento e nem sempre o vendedor da loja onde a compra foi feita explica as diferenças. É na formação do condutor que estas características deveriam estar.
Faça sua parte e leia o manual
Comprou um carro automático pela primeira vez e não sabe como ele funciona? A primeira coisa a se fazer é ler o manual do proprietário. Lá, você pode entender melhor todas as funções e características do câmbio automático. Muitas vezes, o carro tem funcionalidades que ninguém sabe e podem ajudar muito no dia a dia.
O caso dos tapetes da Toyota
Entre 2009 e 2010, a Toyota se viu obrigada a fazer um recall mundial de quase cinco milhões de veículos devido à aceleração involuntária e repentina. O problema causou uma série de acidentes, alguns deles fatais. No Brasil, foram convocados 107 mil unidades do sedã Corolla.
O problema era causado pelo tapete do motorista. Quando não devidamente fixado, escorregava para a região dos pedais e podia enganchar no acelerador. Em carros manuais, bastava pisar na embreagem e desengatar a marcha. Nos automáticos, não era possível. A situação piorava quando o carro usava tapetes do mercado paralelo, em formatos ou tamanhos diferentes dos homologados pela marca japonesa.
Após o problema, a Toyota passou a usar tapetes com presilhas como item de série em todos os seus modelos. Até então, eles vinham como um acessório nos concessionários quando o cliente comprava o veículo.
Fique de olho no seu tapete
Outras montadoras, contudo, até hoje não equipam seus modelos com tapetes de fábrica e nem sequer oferecem carpetes com presilhas de fixação. O equipamento acaba sendo dado como brinde pela concessionária, porém quase sempre é um modelo genérico e não específico para aquele carro.
Se este for o seu caso, fique sempre atento à posição do tapete. No movimento de entrar e sair do carro, é normal o tapete se deslocar em direção aos pedais. Basta reposicioná-lo para resolver o problema. A melhor opção, contudo, é buscar tapetes originais do modelo, que se encaixam ou se fixam perfeitamente no assoalho.
Última atualização em 30/10/2024
