Você sabia que pode dirigir no Brasil utilizando carros adaptados para circularem à esquerda – conhecido como mão inglesa?
Mas antes que você pense em encomendar um carro inglês, saiba que essa permissão é muito mais uma exceção de regra do que uma legitimidade em si.
É que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) proíbe qualquer tipo de veículo que seja dirigido nos moldes da chamada ‘mão inglesa’. Esses carros são guiados pela esquerda, indo contra a habitual direita das vias brasileiras, e possuem o volante, pedais e todo equipamento de direção no lado direito do carro – onde costuma ser o assento do passageiro. Ou seja, dirigir na mão inglesa, para os brasileiros, significa dirigir ao contrário em relação ao lugar que o motorista senta.
A proibição é feita pois o Conselho entende que a sinalização, placas e iluminação das vias são totalmente projetadas para condutores que estão posicionados no lado esquerdo do veículo e dirigir do lado direito iria aumentar os índices de acidentes.
No entanto, em 14 de maio desse ano, saiu no Diário Oficial da União uma resolução que autoriza a direção na ‘mão inglesa’ somente por veículos de coleção, que tenham mais de 30 anos de fabricação e que apresentem suas características originais.
Se você quiser se sentir um autêntico inglês das ruas do Brasil, você deve ter um carro de coleção portanto!
Por que existe a mão inglesa?
Se você está habituado a dirigir no Brasil, ver um carro inglês pela primeira vez pode parecer estranho. Afinal, a direção fica no lugar onde deveria estar o banco do passageiro, e vice-versa. Mas tem um motivo para que isso aconteça.
Na Idade Média, os cavaleiros cavalgavam pelo lado esquerdo das vias existentes, já que empunhavam suas espadas com a mão direita, e seria mais fácil utilizá-las em cima de um cavalo nesse fluxo de tráfego.
Depois que os cavalos cederam lugar para os automóveis, a direção continuou sendo realizada na mesma direção.
A mudança para o tráfego no lado direito começou com as primeiras diligências francesas – por isso ela passou a ser conhecida como ‘mão francesa’. O cavaleiro dessas carruagens deviam sentar no último cavalo do lado esquerdo, para poder chicotear os demais com a mão direita.
Desde então, o sentido de direção continuou sendo o mesmo, e hoje é adotado em quase 70% do mundo. Já a direção inglesa está presente na maioria dos países que eram suas colônias, com exceção dos Estados Unidos.