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Você sabe o que significa ágio?

Por 15 de maio de 2018agosto 5th, 2024Finanças
Imagem de gráficos para ilustrar texto sobre o que é ágio

Na metade da década de 1980 você já tinha idade suficiente para acompanhar e entender o que ocorria com a economia brasileira? Se sim, certamente traz na memória uma das palavras mais usadas durante o Plano Cruzado, que vigorava no país: ágio. Você sabe o que é ágio?

O que é ágio

Vamos começar explicando o Plano Cruzado, que foi lançado exatamente em 1986, no governo do presidente José Sarney. Ele foi marcado pelo congelamento dos preços de alimentos, combustíveis, serviços e até mesmo do dólar. Vários produtos que tiveram os valores tabelados com uma única intenção: reduzir a inflação no país.

Foi nesse cenário que ocorreu grande incidência de ágio no país. Mas o que isso significava – e significa até hoje? Afinal, o que é ágio?

Ágio era o valor que os brasileiros pagavam a mais nos produtos adquiridos.

Mesmo sendo tabelada, a mercadoria chegava mais cara até as mãos do consumidor. O preço que havia sido estipulado para ela previamente era “desobedecido”.

Isso ocorreu em virtude da insatisfação que foi criada nos comerciantes e demais fornecedores de produtos.

Contrariados com o tabelamento de preços, eles tiraram os produtos de circulação. Com isso, o consumidor era obrigado a pagar ágio para conseguir comprar o que necessitava, pagando mais caro.

Triste recordação, não?

Mas não pense você, que estava nascendo nos anos 80, que essa prática só faz parte de um passado distante da história do Brasil. Não! Até hoje existe a prática de pagar ágio.

Na verdade, esse termo, muito conhecido no mercado financeiro, é utilizado de várias formas e afeta o nosso dia a dia mais do que você possa imaginar!

Vamos conhecer algumas das principais situações em que o ágio está presente na nossa vida?

O ágio nos dias de hoje

Mas então o que é ágio em outras situações? Hoje em dia, o ágio ainda marca presença em muitas situações.

Ele surge, por exemplo, quando o preço oficial de um produto, que pode estar até tabelado, é fixado em um nível muito baixo. Aí então, sua compra é efetivada quando o consumidor tem muito interesse nessa mercadoria a ponto de pagar mais pela transação.

Um dos mais corriqueiros usos do pagamento de ágio em nosso mercado ocorre também em operações financeiras que estão relacionadas à produtos importados. Ou então naqueles que não são encontrados facilmente.

Nesses casos, os comerciantes se aproveitam desse cenário e cobram mais caro. Mas é claro que eles agem dessa forma pois encontram consumidores que aceitam pagar mais caro, sim…

Está pronto para ser ainda mais surpreendido por outras situações em que o ágio marca presença e você talvez nem tenha percebido?

Juro e lucro

O ágio é ainda mais comum em nosso dia a dia quando é conhecido por duas palavras bem familiares para todos nós: juro e lucro.

Sim, juro e lucro! Lembra que ágio nada mais é do que o valor que é cobrado a mais sobre determinada mercadoria ou operação financeira?

Pois é, dependendo da situação em que é utilizado, pode sim ser conhecido por juro ou mesmo por lucro.

Sabe quando você opta por adquirir um produto pagando em parcelas? A empresa não costuma cobrar juros mensais sobre cada uma das prestações feitas?

Essa diferença entre o valor do produto à vista e o preço total que foi pago no final do parcelamento é também conhecido por ágio. Isso porque se trata de um valor que foi cobrado a mais e, nesses casos, está na forma de juros.

O termo ágio também é bastante comum no setor de consumo. Ele ocorre quando os fabricantes de determinados produtos aproveitam o movimento especulativo do mercado e colocam os preços lá em cima, tornando-os muito caros.

Vamos citar um exemplo disso vivido na época do Plano Cruzado. A carne foi um dos itens que passaram a ser alvo de especulação. À época, inúmeros açougues não abriam as portas e faziam as vendas – e acertos de preços – por telefone, cobrando ágio.

Leilão também tem ágio!

Como é possível perceber até agora, o termo ágio está muito mais próximo da nossa realidade do que imaginávamos. Então, entender o que é ágio existe conhecermos todas as formas que ele pode ser aplicado.

Você sabia que o ágio também está presente nos leilões? Isso mesmo! Nos leilões!

Toda peça que vai a leilão é adquirida e ofertada por um valor mínimo, certo?

Mas esse valor sempre é ultrapassado em virtude das ofertas que são feitas pelos participantes dos leilões.

A partir do momento que esse valor ultrapassou o mínimo, o ágio entra em cena. Ele nada mais é do que o valor que excedeu.

Neste caso, o ágio tem relação direta com o lucro.

Cotações de moedas

O ágio também se faz presente como a diferença da cotação de uma moeda de um determinado país em comparação a de outro país.

Ágio de carros

Já ouviu a expressão comprar um carro em ágio?

Ela significa que, ao adquirir o veículo, o comprador passa a ter a responsabilidade também sobre o parcelamento do carro que ainda não foi pago em sua totalidade pelo antigo proprietário.

Resumindo: o comprador paga um valor de entrada (ou nenhum valor, isso depende da negociação) e fica com o carro e com o resto da dívida do antigo dono do veículo.

Trata-se de uma modalidade de ágio que pode ser aplicada em outros bens, até mesmo em imóveis. Mas ela é especialmente usada no comércio de carros.

Em geral, o consumidor brasileiro tem o hábito de comprar carro assim em virtude das condições de negociação. Normalmente, elas são favoráveis ao comprador.

Como o vendedor costuma ter interesse em sair logo dessa dívida, ele muitas vezes aceita a realização de um negócio que se torna mais atraente para o comprador.

Curiosidade: tem o ágio e também o deságio

Agora que você sabe bem o que é ágio, e o quanto está presente em nosso dia a dia, vale aprender – ou relembrar – o que é deságio. Já ouviu falar?

Deságio é outro termo muito usado no mercado financeiro e que tem significado exatamente oposto a ágio. É quando determinada mercadoria é adquirida abaixo do preço praticado no mercado.

Resumindo: deságio é a diferença entre o valor de mercado e o valor da aquisição do produto, quando este se apresenta inferior ao do mercado.

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