Todos nós já conhecemos idosos que tiveram de parar de dirigir, ou por livre escolha, ou até por pressão dos familiares mais preocupados. Às vezes surge aquele impasse: os filhos e netos caçando a CNH do idoso. Enquanto a pessoa de idade avançada luta para permanecer em seu direito de dirigir.
Por outro lado, volta e meia nos deparamos com a terceira idade dirigindo tranquilamente por todos os cantos. Neste ano, alguns até se surpreenderam ao ver imagens da rainha do Reino Unido, Elizabeth, com 92 anos de idade, conduzindo o carro próprio. Fica então as perguntas: Quando é o momento de abrir mão da direção? E quem é que decide isso?
No Brasil, não existe a limitação de idade. Isso porque o Código Brasileiro de Trânsito não especifica um limite de idade. Na falta de uma lei, familiares justificam a impossibilidade de o idoso dirigir, por conta das limitações físicas. Como a visão prejudicada, pouco reflexo, ou a incapacidade de reagir a algum imprevisto e acabar por se envolver em um acidente. Na outra ponta, temos o vovô ou vovó lutando por manter a independência.
Procure um médico para avaliar
Nesse contexto, é preciso jogo de cintura dos dois lados. Retirar a CNH abruptamente pode causar sérios problemas à saúde mental daqueles que estão na boa idade. Quando isso é feito de maneira agressiva, a vítima sente que está perdendo sua independência ou até sua dignidade como pessoa. Em casos mais graves, pode desencadear até uma depressão.
Quem melhor pode atestar se alguém tem ou não condições de dirigir é um médico. São frequentes os casos em que o idoso não admite suas limitações. No entanto, quando os esclarecimentos são feitos por especialistas, fica mais fácil de administrar o conflito.
De outro lado, embora por lei não haja um limite de idade especificado, o Código de Trânsito prevê a renovação da CNH a cada três anos, de modo a avaliar as habilidades dos motoristas. Se elas estão comprometidas e se de fato eles estão aptos para circular. Existem também algumas restrições previstas pelo Código, como a liberação de transitar pela cidade, mas o impedimento de dirigir por rodovias.
É importante buscar reduzir o drama familiar, avaliando os dois lados, que, muitas vezes, têm suas próprias razões e argumentos que estão um tanto corretos dentro de cada ponto de vista. Oferecer soluções para o idoso, inclusive para se locomover de acordo com suas necessidades, pode contribuir para que não se sinta preso dentro de casa e prejudicado em seus direitos.