Antes restrita aos sítios e fazendas e com comportamento dinâmico mais próximo ao dos caminhões, a caminhonete cabine dupla foi evoluindo. Hoje, os modelos já são figuras carimbadas nos grandes centros urbanos.
A explicação para esse aumento na procura é a mesma para o sucesso dos SUVs. Boa altura em relação ao solo, robustez para enfrentar os buracos, valetas e lombadas e posição de dirigir mais elevada, que privilegia a visão do motorista. E as caminhonetes têm a vantagem de levar mais carga.
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Mas o que é uma Caminhonete Cabine Dupla?
A receita de uma caminhonete cabine dupla é basicamente a mesma há 100 anos: chassi, cabine, caçamba e motor.
O chassi é uma estrutura de aço ultra resistente onde são instalados o motor, o câmbio, os eixos, a suspensão, os freios e as rodas.
Sobre o chassi são instaladas a cabine – onde vão os passageiros – e a caçamba, que é destinada à carga. Quase todas possuem tração traseira ou nas quatro rodas. As caminhonetes com chassi são as mais robustas, encaram melhor barro e lama e podem carregar ou rebocar mais peso.
Há também as caminhonetes cabine dupla com carroceria monobloco. Nelas não há chassi. Os componentes são montados diretamente na carroceria. Por um lado ganham em espaço interno, conforto e silêncio. Mas por outro perdem em robustez e capacidade de reboque, além de não serem tão aptas ao uso no fora-de-estrada.
Geralmente as caminhonetes com monobloco são menores e derivadas de automóveis e SUVs e, por isso, recorrem à tração dianteira.
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Sai a carroça, entra a caminhonete
A história das caminhonetes se mistura com a dos automóveis. Ford, General Motors e Chrysler já tinham seus veículos de carga no fim da década de 1910 nos Estados Unidos, mesma época que o automóvel de passageiros começou a se popularizar. Destinadas ao trabalho no campo, as caminhonetes substituíram as carroças, cavalos e mulas e conquistaram os norte-americanos.
Na década de 1950 começaram a aparecer as primeiras caminhonetes cabine dupla, para acomodar toda a família nas horas de lazer.
O sucesso das foi tão grande que há mais de cinquenta anos são os veículos mais vendidos nos Estados Unidos. Hoje, quase três milhões de caminhonetes vão para as ruas norte-americanas todos os anos. É mais do que o Brasil vende em todos os segmentos de veículos.
Carregando o Brasil na caçamba
No Brasil, as caminhonetes ajudaram no desenvolvimento do interior do país, entre as décadas de 1930 e 1960. Foi a Chevrolet Alvorada, em 1958, que abriu o segmento da caminhonete cabine dupla por aqui.
Nestes 61 anos, dezenas de modelos foram vendidos no mercado brasileiro. O destaque fica para a Ford F1000 e Chevrolet D20, que popularizaram o segmento nas décadas de 1970 e 1980 com seus duráveis motores a diesel.
Na mesma época, as caminhonetes compactas derivadas de automóveis começaram a ganhar espaço no Brasil. Modelos como Fiat City, Fiat Fiorino, Chevrolet Chevy 500, Ford Pampa e Volkswagen Saveiro passaram a ser vistos com frequência nos grandes centros, sendo boas opções para trabalho e lazer. Entretanto, só tinham cabine simples.
Menores e melhores
Em 1990, com os portos abertos aos veículos importados, o cenário da caminhonete cabine dupla começou a mudar no Brasil.
Modelos menores, como a Toyota Hilux e a Mitsubishi L200, desembarcaram por aqui e conquistaram o consumidor. Eram mais confortáveis e fáceis de usar do que as grandalhonas de Ford e General Motors.
Conhecidas como caminhonetes médias, caíram no gosto do brasileiro e muitas marcas passaram a apostar nelas.
A Ford começou a importar a Ranger em 1994 e a General Motors iniciou a produção a Chevrolet S10 em São José dos Campos (SP) em 1995. Três anos depois, a Ranger foi nacionalizada e ganhou cabine dupla, mesmo ano em que a Chrysler começou a fabricar a Dodge Dakota em Campo Largo (PR). Em 2003, foi a vez da Nissan Frontier virar brasileira.
Conforto de carro
Uma revolução aconteceu a partir de 2006. A Toyota Hilux, produzida na Argentina, chegou ao mercado com uma nova concepção.
Apesar de manter a robusta construção sobre chassi, ficou maior, ganhou espaço interno, equipamentos, materiais, posição de dirigir e comportamento dinâmico semelhantes aos encontrados nos sedãs. Além disso, seu motor a diesel era mais silencioso, menos vibrante e soltava bem menos fumaça.
A concorrência demorou a reagir. A Mitsubishi lançou a L200 Triton apenas em 2009, mesmo ano em que a nova Nissan Frontier passou a ser importada da Tailândia. Em 2011, a Volkswagen estreou no segmento com a Amarok e, dois anos depois, S10 e Ranger foram extensamente renovadas.
Um novo segmento de Caminhonete Cabine Dupla
As caminhonetes cabine dupla médias cresceram muito nos últimos 15 anos. Tanto que acabaram deixando órfãos os usuários que queriam a praticidade e o espaço, porém, sem sofrer com o tamanho exagerado. Isso fez com que modelos compactos ganhassem cabine dupla, como a Fiat Strada e a Volkswagen Saveiro.
Além disso, Renault Oroch e Fiat Toro chegaram com tamanho semelhante ao das médias de 20 anos atrás, porém com carroceria monobloco e conforto de automóvel. E terão concorrentes da Ford, General Motors e Volkswagen nos próximos anos.
Vale a pena ter uma caminhonete?
Bom, você já conheceu um pouco da história da caminhonete cabine dupla. Agora é hora de ver se uma delas se encaixa no seu perfil de uso.
Se você mora em um grande centro urbano, faz bastante uso de estacionamentos com vagas apertadas e usa mais para lazer, as melhores opções são as compactas ou as “novas médias”, como a Oroch e Toro. São relativamente robustas para encarar a buraqueira e têm posição de dirigir mais alta. Além disso, os custos de manutenção são menores.
No entanto, lembre-se que o acesso ao banco traseiro nas caminhonetes cabine dupla compactas é mais difícil. A Saveiro tem só duas portas e a Strada tem três. E o espaço é limitado em ambas.
Esse problema Oroch e Toro não têm. Ambas contam com quatro portas e espaço razoável atrás (melhor na Fiat). As compactas e “novas médias” também não são a melhor opção para carregar muito peso ou trafegar por estradas com muita lama ou barro.
Agora, se você precisa levar objetos pesados, rebocar carretas e vai andar por caminhos de terra difíceis, parta para uma caminhonete cabine dupla “antiga média”. Chevrolet S10, Ford Ranger, Mitsubishi L200, Nissan Frontier, Toyota Hilux e Volkswagen Amarok possuem chassi, tração nas quatro rodas e motor a diesel. E cabine recheada de equipamentos de conforto e segurança. Nas versões topo, o acabamento é de luxo.
Mas tenha em mente que elas são difíceis de manobrar, não cabem em qualquer vaga e são grandes demais nos congestionamentos.
Fora os custos. Tudo em uma picape maior é mais caro: IPVA, seguro, revisões, troca de óleo, pneus, pastilhas de freio, estacionamento, lavagem.
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Última atualização em 11/10/2019