Já sei: você está pesquisando a compra de um novo carro e entre os seus equipamentos apareceu “borboletas no volante”. Como você, muita gente não tem a mínima ideia do que é. Se bobear, tem no carro e nunca usou. Mas, afinal, o que é isso?
O termo vem do inglês paddle shift, que em uma tradução literal significa “pá de mudança”. No “automovês” falado no Brasil ficou conhecido como câmbio borboleta, pois o formato das pás lembra as asas de uma borboleta.
Trata-se de um par de alavancas instaladas atrás do volante. Elas permitem trocar de maneira manual as marchas de veículos com câmbios automáticos, automatizados ou continuamente variáveis (CVT).
Estreia nas pistas de corrida
Assim como os pneus radiais, os freios ABS, o controle de tração e o volante multifuncional, as borboletas no volante vieram das pistas de corrida. Muito embora já existisse em outras categorias, a tecnologia foi popularizada a partir do fim da década de 1980 nos carros de Fórmula 1. O primeiro carro a recebê-la foi a Ferrari 640, pilotada por Nigel Mansell e Gerhard Berger na temporada de 1989.
O principal objetivo nas pistas era diminuir o tempo das trocas de marcha, uma vez que o piloto não precisaria tirar as mãos do volante para mudá-las.
A experiência deu certo e, aos poucos, todas as equipes de Fórmula 1 foram adotando o equipamento em seus carros. O último piloto a vencer uma corrida com o câmbio manual no assoalho foi Michael Schumacher, durante o GP da Bélgica de 1992, em Spa-Francorchamps. Foi também a primeira das 91 vitórias do alemão na F1.
Evolução nas Borboletas no Volante
Desde então, a tecnologia só foi evoluindo. O primeiro veículo de rua a receber o sistema foi a Ferrari 355 F1, em 1997. No Brasil, o Fiat Stilo com câmbio Dualogic foi o pioneiro, em 2009. Hoje, até modelos populares de entrada, como o Fiat Mobi GSR, podem ter borboletas no volante.
Como funcionam?
As borboletas no volante possuem acionamento eletrônico. Quando você aciona, a informação é passada para a central eletrônica do câmbio, que efetua a mudança. Desta maneira, um carro com câmbio manual não pode ter borboletas, uma vez que não possui uma central eletrônica para gerenciar as trocas de marchas.
Geralmente, a borboleta do lado direito sobe as marchas e a da esquerda reduz. Em alguns modelos, acionar as duas ao mesmo tempo coloca o câmbio em Neutro.
As fábricas estipulam um limite mínimo e máximo de giros do motor a fim de preservá-lo. Então, mesmo que você estique a marcha até 8000 rpm e não troque, a central assume o comando e troca automaticamente. O mesmo vale em giros baixos. Se a rotação cair muito e você não reduzir, a central faz a redução.
Na maioria dos carros, basta você acionar uma das borboletas para que o câmbio já entre automaticamente no modo manual. Em alguns modelos, contudo, é necessário colocar a alavanca do câmbio no modo Sport.
Para que servem?
Na prática, as borboletas no volante adicionam esportividade à condução. Quem gosta de dirigir de maneira mais agressiva pode reduzir as marchas através delas nas entradas de curvas para o carro manter uma trajetória perfeita. Na saída das curvas, ela dá agilidade ao manter o motor em rotações mais elevadas.
Outro uso aconselhável é nas ultrapassagens, especialmente em rodovias de pista simples. Deixando o câmbio em uma marcha reduzida e com giro alto, você ganha segundos preciosos ao ultrapassar um caminhão longo, por exemplo.
Borboletas no Volante precisam de manutenção?
Mesmo os entusiastas que adoram uma tocada mais esportiva não usam o tempo todo as borboletas no volante. Como dito acima, a maioria das pessoas nunca trocou as marchas através delas. Assim, acabam sendo pouco usadas. Além disso, elas possuem acionamento eletrônico e, por isso, praticamente não dão manutenção.
Mas seja com ou sem borboletas no volante, é fundamental que seu carro esteja protegido com um seguro auto. Ter um seguro de veículo faz com que você dirija mais tranquilo e sem preocupações. Faça uma simulação de seguro auto online e conheça as opções e valores.
Última atualização em 21/11/2019