Um dos componentes mais importantes do motor do carro é a correia dentada. Ela é responsável pelo sincronismo do propulsor. Isto é, por garantir que o movimento de pistões, comando de válvulas e válvulas aconteça no tempo certo. Qualquer problema na sequência dos movimentos pode resultar em perda de potência e até quebras. Por isso, deve-se ficar atento aos prazos para trocar as correias.
Para que serve a correia dentada?
Nos motores a combustão, a mistura de ar e combustível entra nos cilindros pela válvula de admissão (nos motores com injeção direta o combustível é injetado diretamente no cilindro). Aí então, sofre a explosão pela vela de ignição, empurra o pistão para baixo e este, quando sobe, empurra o gás resultante pela válvula de escape.
Quando abertas, as válvulas invadem o espaço do cilindro e precisam estar fechadas quando o pistão subir novamente. Se isso não ocorrer serão atingidas e vão causar uma catástrofe no cabeçote do motor. É a correia dentada a peça que faz a ligação entre o virabrequim (movimentado pelos pistões) e o comando de válvulas (que faz abrir as válvulas) e garante a sincronia dos movimentos.
Do que é feita a correia dentada?
As correias são feitas de material elástico, normalmente borracha e fios de náilon. Como o próprio nome diz, ela possui dentes que se encaixam nas engrenagens presas às pontas do virabrequim e dos comandos de válvulas.
Por estarem expostas à sujeira e ao calor gerado pelo motor, as correias vão se ressecando e se deteriorando com o tempo. Se o prazo para trocar as correias não seja respeitado, ela pode se romper, o que vai fazer com que os pistões atinjam as válvulas e danifiquem severamente o cabeçote.
O prejuízo de não trocar as correias, nesses casos, não é baixo. Além de substituir as válvulas, sedes e guias, será necessário retificar o cabeçote e, na pior das hipóteses, trocar os comandos e os pistões. A brincadeira, em motores mais simples, vai começar em R$ 4 mil se os danos forem moderados.
Qual o prazo para trocar as correias?
Os prazos para trocar as correias sempre estão no manual do proprietário. De qualquer maneira, é sempre bom fazer a substituição a cada 60 mil quilômetros rodados ou três anos (o que ocorrer primeiro). Ao fazer a troca, é importante também substituir os tensionadores, também conhecidos por polias ou esticadores.
Quanto custa?
Em modelos mais simples, com apenas um comando de válvulas, o gasto fica em torno dos R$ 300, já com a mão de obra. Nos motores mais modernos, com duplo comando, o preço dobra. É importante que o profissional tenha ferramentas e experiência para realizar a troca para que o motor não fique fora do ponto, o que vai causar perda de desempenho e aumento do consumo.
Como identificar problemas na correia?
O sinal de que a correia está ruim é dado pelos ruídos. Se houver barulho de borracha quando o motor estiver funcionando, ou de rolamentos secos, pode ter certeza que o prazo para trocar as correias e os tensionadores já passou. É melhor procurar uma oficina imediatamente antes que o pior aconteça.
Correia de acessórios
A correia de acessórios (ou Poly-V) também está presente no motor dos carros, porém tem uma função diferente. Ela transfere o movimento do virabrequim para periféricos, como o compressor do ar-condicionado, bomba d’água, alternador e direção hidráulica. Sua durabilidade é semelhante, porém sua quebra não acarreta grandes prejuízos.
E a corrente do motor ou a correia banhada a óleo?
Os motores mais modernos usam uma corrente metálica para fazer o sincronismo entre o virabrequim e os comandos de válvulas. A corrente fica dentro do motor e é lubrificada, o que permite uma vida útil até quatro vezes maior do que a da correia dentada convencional.
Outra alternativa é a correia dentada banhada a óleo, que é composta de borracha, porém tem instalação interna e lubrificação constante, o que reduz ruídos e aumenta a durabilidade.
Última atualização em 19/09/2022