Você possivelmente já ouvir falar nas rodas de alumínio (ou liga leve). Elas sempre aparecem nas listas de equipamentos de série de determinados modelos. Em muitos casos, ganham até destaque nas peças publicitárias.
De fato, as rodas de alumínio são um diferencial nos carros e agregam valor. Mas você sabe o que são as rodas de alumínio? Quais as vantagens e desvantagens?
Rodas de alumínio: mais leves, resistentes e bonitas
A roda de alumínio é na realidade uma liga leve que mistura alumínio e silício. O magnésio já foi muito comum na construção de rodas, porém atualmente não é mais utilizado. Os dois materiais são mais leves e possuem melhor condução térmica do que o aço, o que melhora o comportamento da suspensão e reduz a temperatura dos freios.
Por isso, foi um Bugatti Type 35, de 1924, o primeiro veículo a utilizar rodas de alumínio. Era um esportivo caro e com desempenho excelente. Além de bons freios, precisava de rodas leves e bonitas.
Esta é outra vantagem da roda de alumínio: a liga fundida permite rodas com desenhos mais elaborados e aros maiores do que as de aço. Elas também são mais resistentes e aguentam melhor a buraqueira das ruas, principalmente no Brasil.
A popularização das Rodas de Alumínio
Caras de se produzir, as rodas de alumínio ficaram restritas aos carros esportivos e de luxo até meados da década de 1960, quando começaram a baratear e se popularizar. Saíam de fábrica nos carros novos e podiam ser encontradas em lojas especializadas para substituir as de aço em modelos já usados. Logo viraram febre em carros customizados, especialmente nos hot rods.
No Brasil, as rodas de alumínio demoraram um pouco mais para se tornarem comuns. Ainda na década de 1980 eram oferecidas apenas em modelos topo de linha, muitas vezes como opcionais. O Chevrolet Opala Diplomata tinha calotas de série na linha 1985. O Ford Del Rey Ghia foi ganhar rodas de alumínio apenas na linha 1990. Sendo assim, era muito comum instalá-las depois de tirar o carro zero quilômetro da concessionária.
Com o fim da proibição das importações, em 1990, os automóveis estrangeiros começaram a desembarcar superequipados no Brasil. Para não perder mercado, os fabricantes aqui instalados precisaram modernizar seus carros e o equipamento foi aparecendo até em modelos mais baratos.
Rodas de Alumínio para todos
Hoje, as rodas de aço com calotas plásticas estão presentes apenas nas versões mais simples dos compactos de entrada, bem como em picapes e comerciais leves. Para reduzir custos, também são comuns nas versões para PCD (pessoas com deficiência), que precisam custar no máximo R$ 70.000 para terem isenção de impostos. A Honda, por exemplo, nem calotas instala no Fit e City para PCD. Os dois saem de fábrica com rodas de aço pretas.
Vale o investimento
Não é uma regra, mas um carro equipado com rodas de alumínio tende a ser mais valorizado do que um similar com rodas de aço na hora da revenda. Vale a pena ver se o carro escolhido tem roda de alumínio como opcional de fábrica. Na maioria das vezes o preço é baixo se comparado a um jogo de rodas comprado em uma loja de acessórios.
No Fiat Argo Drive 1.0, por exemplo, o kit Style opcional custa R$ 1810 e tem rodas de alumínio de 15 polegadas no lugar das originais de aço de 14 polegadas com calotas. E ainda agrega faróis de neblina. Instalando depois, o custo dos itens ultrapassaria os R$ 3.000.
Cada vez maiores
Para deixarem os carros com visual mais bonito, as rodas de alumínio também cresceram. Até pouco tempo atrás, tinham no máximo 15, 16 polegadas. Superesportivos usavam rodas de 17 polegadas.
Hoje, SUVs de luxo já usam rodas de 22 polegadas. Até a Fórmula 1, que usa rodas de 13 polegadas, se rendeu às rodas grandes. A partir da temporada 2021, a categoria vai adotar rodas de 18 polegadas com pneus de perfil baixo.
Modelos de alta performance utilizam rodas de alumínio forjado, isto é, um bloco de alumínio que é esculpido por uma máquina até o formato desejado, sem soldas ou emendas. Ficam mais leves e seguras.
Além disso, as rodas de fibra de carbono estão chegando com tudo, pesando até seis quilos a menos por roda do que uma similar de alumínio. O Ford Mustang Shelby GT350 foi o primeiro a usar, em 2015. A Porsche lançou em 2018 na edição limitada 911 Turbo S Exclusive Series e passou a oferecer para todos os 911 Turbo em 2019. O preço? US$ 20.000, aproximadamente R$ 90.000, pelo jogo.
Grandes também na customização
Se há 30 anos a moda era trocar as rodas de aço por outras de alumínio aproveitando os pneus originais, hoje a coisa mudou. No mercado da customização, quanto maior, melhor. É comum encontrar gente trocando as rodas originais de alumínio por outras duas, três polegadas maiores. Outros preferem investir em caras rodas esportivas de marcas consagradas no exterior e trocam rodas até de modelos como Porsche, Ferrari e Lamborghini.
Quanto maior o aro, menor o conforto
No entanto, quanto maior a roda, menor o perfil lateral do pneu. E quanto menos borracha, menos conforto. Os carros com rodas grandes geralmente ficam mais duros do que os que usam rodas menores. E, como têm menos borracha para absorver os impactos, acabam sofrendo bastante com os buracos e tendo rodas e os próprios pneus danificados.
O exagero no tamanho das rodas também pode afetar a dirigibilidade e a segurança do veículo. Muitos componentes foram dimensionados para um determinado tamanho de roda. Aumentar demais o aro acaba sobrecarregando itens da suspensão, bem como os cubos e rolamentos de roda. Além disso, muitas vezes o conjunto roda e pneu não cabe dentro da caixa de roda e raspa na carroceria ou no amortecedor.
O barato sai caro
Caso danifique rodas de alumínio, muito cuidado na hora do reparo. O recomendado é apenas tornear rodas empenadas ou fazer soldas nos ralados das bordas, muito comuns ao encostar nas sarjetas durante as balizas. Rodas trincadas devem ser substituídas, nunca reparadas. Também prefira pneus e rodas de marcas conhecidas. Existem muitas opções mais baratas que não são certificadas pelo Inmetro. Segurança não tem preço.
Proteja-se
A melhor forma de proteger o seu carro contra qualquer dano ou imprevisto é deixando ele sempre coberto por um seguro auto de confiança. Se o seu veículo ainda não tem um seguro de automóvel, faça uma simulação online e veja que se proteger pode ser bem mais fácil do que parece.
Última atualização em 07/12/2019