O trânsito brasileiro pode ser comparado a uma guerra: só em 2013, morreram mais pessoas em acidentes no trânsito brasileiro do que em três anos de conflito na Guerra da Bósnia. Além disso, é difícil mensurar o tamanho do problema, pois os dados disponíveis não são precisos, e procedem a partir de relatórios de diversos órgãos diferentes.
O Brasil se encontra entre os 5 países líderes número de mortes no trânsito – ficando atrás apenas da Rússia, EUA, Índia e China. Podemos ter uma noção do tamanho do problema que há hoje em conseguir dados concretos sobre os acidentes de trânsito: o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) estima que ocorre, anualmente, cerca de 38 mil mortes em trânsito; o Seguro DPVAT, em um período menor (janeiro a setembro de 2013) registrou mais de 41 mil óbitos, contrastando com os dados do Denatran.
José Aurélio Ramalho, presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária (Onsv), indica que os números podem ser maiores do que os indicados nos dados disponíveis atualmente. O Denatran, ao computar seus dados, costuma relevar somente as mortes no local do acidente, sem levar em consideração os posteriores óbitos em hospitais. Já em relação ao DPVAT, nem todas as famílias de falecidos em trânsito costumam requerer o seguro. A PUC-RS estima, através de estudo, que os números de acidentes com morte pode chegar a 100 mil por ano.
Os dados disponíveis indicam que 93% dos acidentes no trânsito no Brasil são causados por fatores humanos. Velocidade acima do permitido, álcool e drogas, cansaço, distrações e desrespeito às normas de trânsito costumam ser os principais fatores que levam a acidentes.
Mesmo após a formulação do Pacto Nacional pela Redução de Acidentes – com meta de redução de acidente de trânsito pela metade até 2020 – os números ainda desanimam: na última década, enquanto a Europa viu uma redução de 5% no número de pessoas que se acidentam no trânsito, no Brasil ocorreu o contrário: houve um aumento de 5% nos dados. Estima-se que ocorrem mais de 150 mortes por dia, mais de 6 por hora!
E você, acha que deveria existir um órgão para mensurar corretamente a quantidade de acidente de trânsito? Já presenciou algum acidente causado por falha humana em rodovias brasileiras? Já andou com alguém que excedeu o limite de velocidade? Comente!