Nos últimos anos, os hábitos financeiros dos brasileiros vêm mudando. Em função da crise que afeta o país, a população passou a evitar compras de supérfluos e reduziu gastos com lazer.
Fazendo economia, muitas pessoas perceberam que é possível pagar todas as contas e ainda sobrar um dinheirinho para a poupança.
Com uma reserva na conta bancária que rende pouco, começamos a ir em busca de outros investimentos. Podemos encontrar muitas opções, entre elas o Tesouro Direto. E logo surge a dúvida: Como investir no Tesouro Direto?
Antes de tudo é melhor saber o que é Tesouro Direto
Antes mesmo de saber como investir no Tesouro Direto, é importante conhecer bem esse tipo de investimento.
Tesouro Direto é um tipo de investimento de venda de títulos públicos a cidadãos comuns, pela rede mundial de computadores. Ele é resultado de uma parceria do BM&F Bovespa com o Tesouro Nacional. O Tesouro Direto surgiu em 2002, com o objetivo de democratizar esse tipo de investimento.
Antes ele era acessível somente indiretamente, por meio de fundos de renda fixa que cobravam altas taxas administração. Mas hoje, títulos públicos podem ser investidos com apenas 30,00 reais.
Além de ser um investimento acessível para o pequeno investidor, o Tesouro Direto é considerado seguro. Isso porque os ativos de renda fixa expedidos pelo Tesouro Nacional são considerados os títulos de baixo risco.
Outra qualidade do Tesouro Direto é oferecer títulos com diferentes tipos de rentabilidade, de prazos de vencimento e de fluxos de remuneração. Essa variedade de opções facilita o investidor encontrar o melhor tipo de investimento para o seu perfil.
Por que o Tesouro Direto é melhor do que a Poupança?
Em primeiro lugar, a variedade de títulos podem se encaixar perfeitamente com o seu objetivo, como a compra de um automóvel, um imóvel ou uma viagem. Seja qual for a sua meta, além de maior rentabilidade que a poupança (cerca de 50% mais), o Tesouro Direto oferece liquidez diária.
Ou seja, não é ao fim do mês que você vai saber o quanto seu dinheiro rendeu. Diariamente você pode acompanhar o seu investimento e ver quanto lucrou.
Como investir no Tesouro Direto
Vamos lá. Se você se interessou e quer saber como investir no Tesouro Direto, vamos te dar um passo a passo.
1) Faça um cadastro na página da internet do Tesouro Direto e faça uma conta numa corretora de valores.
2) Estabeleça o valor mensal que você planeja aplicar em Tesouro Direto e faça uma análise do título que você deseja investir. O limite do título deve ser correspondente ao limite para você alcançar o seu objetivo. Caso esteja guardando suas economias com o objetivo de comprar um imóvel ou para sua aposentadoria, escolha títulos com vencimentos mais longos. Sendo assim possível obter uma rentabilidade maior.
3) Solicite ao seu banco, no qual você recebe o seu salário, que eles enviem mensalmente o valor predeterminado por você para a sua conta corretora de valores. Assim você não tem o perigo de gastar e esquecer de investir aquela quantia.
4) Fique atento. É importante acompanhar o desempenho do seu título. Dependendo da situação, pode ser aconselhável vendê-lo antes mesmo do prazo de expiração para obter uma rentabilidade maior.
5) O Tesouro Direto oferece a reaplicação espontânea e aquisição planejada. São funcionalidades que devem ser utilizadas por investidores a longo prazo ou pelos que compram títulos com mais frequência.
6) É possível fazer resgates diários. Caso você tenha investido em um título com vencimento para 2025 não é necessário aguardar até lá para obter seu dinheiro de volta. O Tesouro Nacional realiza compra de papéis em poder de pessoas físicas todos os dias úteis.
Títulos do Tesouro Direto
Existem três tipos de título mais comuns para cada indivíduo, são eles:
1) Tesouro Prefixado (LTN) – Título com lucro estabelecido no ato da aquisição
É um modelo de título que possui uma taxa estipulada na hora da compra. Em outras palavras, quer dizer que ao fazer a aquisição de um Tesouro Prefixado, você saberá neste momento o total da taxa de juros que será recebida no final do vencimento do título.
Sendo assim, é um título indicado de preferência para ser comprado na ocasião que a taxa de juros estiver alta. Porque mesmo que a taxa recue posteriormente, o investidor já “travou” o quanto irá lucrar com a taxa Selic naquele momento. Mesmo que ela caia posteriormente, a pessoa receberá a quantia referente ao valor acordado no início da compra do título.
2) Tesouro Selic (LFT) – Título com lucro diário associado à taxa Selic
Quando se opta investir em um título Tesouro Selic a pessoa não tem certeza ao certo quanto será o seu lucro ao término do prazo. Isto ocorre pois depende da alteração da Selic. Isto significa que se a Selic subir, o seu rendimento será maior e o processo ao contrário também.
Por ter essa característica, ele é um título mais indicado quando há a possibilidade de que os juros aumentem ou continuem elevados. É um título indicado para quem não acompanha regularmente o mercado financeiro e que pretende e pode precisar retirar o dinheiro assim que for necessário.
3) Tesouro IPCA+ (NTN-B) – Título com lucro associado a alteração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice que faz a medição da inflação no Brasil.
Da mesma maneira como acontece no Tesouro Selic, a pessoa que optar pelo título Tesouro IPCA+ nunca saberá no ato da compra quanto receberá de lucro ao fim do vencimento do título. Isso pois sua rentabilidade tem como base o IPCA, o índice de inflação que altera de mês em mês.
No caso desse título, é aconselhável investir quando há uma possibilidade da inflação subir. Desta forma, a pessoa cuida melhor dos seus bens e ainda aumenta poder aquisitivo.
Quais os custos de investir no Tesouro Direto?
Além de entender como investir no tesouro direto, é fundamental conhecer seus custos.
A taxa de custódia é arrecadada pela BM&FBovespa em cima do custo dos títulos, relacionada a atividade de custódia dos títulos, aos informes e movimentação dos saldos.
Uma taxa de 0,3% ano deve ser paga a cada seis meses.
Outra taxa que o investidor deve se informar é pela taxa cobrada por cada corretora. Pesquise antes de fechar negócio com uma, pois as taxas podem variar bastante de uma pra outra.
Assim como todas as aplicações de renda fixa sem isenção, os títulos do Tesouro Direto igualmente apresentam a cobrança de impostos.
Quais são os riscos?
Títulos públicos expedido pelo Governo são tidos na sua maioria como os mais protegidos dos negócios financeiros. O que não significa risco zero. Porém, são considerados muito baixos.
Com todas essas informações sobre como investir no Tesouro Direto, você já consegue estudar direitinho e ver se é a melhor opção para você.