Nos últimos dias 08 e 09 de junho aconteceu em São Paulo o Simpósio SAE Brasil CarBody 2016. O principal objetivo? Discutir planos de implementação de novos conceitos para melhorias na segurança das estruturas dos automóveis.
Teve participação de montadoras, empresas do setor de matéria-prima e do Latin NCAP, organização que implementa testes de segurança em carros comercializados na América Latina.
A discussão sobre segurança veicular não é nova, mas assuntos que dizem respeito às carrocerias são quase sempre vagos e não geram mudanças profundas. Segundo Jessé Peagle, diretor da JWP Engineering & Consulting, a indústria automotiva brasileira evoluiu, porém ainda mantém questões como segurança, materiais e carrocerias abaixo do que é encontrado no exterior.
Passos do choque estrutural
A violência do choque é a característica fundamental dos acidentes de trânsito. E, dependendo de como for feita a estrutura do veículo, isso pode salvar ou tirar vidas.
Mas ao colidir um veículo, não sofremos um choque só, mas sim três. Segundo técnicos de trânsito, os três tipos de colisão são:
- Colisão do veículo contra um obstáculo (que pode ser um poste, um muro ou outro veículo, por exemplo);
- A colisão se reflete no interior do veículo, gerando uma colisão dos ocupantes contra as paredes, parabrisa e assentos do veículo;
- A terceira colisão ocorre dentro do corpo dos ocupantes do veículo: é a colisão de órgãos internos contra a estrutura óssea.
A preocupação quanto às estruturas dos carros que hoje são comercializados é a minimização desses 3 impactos, através de melhorias e mudanças na estrutura externa (para que estruturas não se soltem e acabem invadindo o interior do veículo, assim como as melhorias na dissipação do choque na própria lataria) e no habitáculo – ou seja, a parte da carroceria onde se reserva espaço aos ocupantes – tanto na estrutura do mesmo como em itens de segurança que minimizem mais ainda o impacto, como cintos de segurança e airbags.
Minimização de mortes no trânsito de São Paulo
As mudanças nas estruturas veiculares podem ainda ter um longo caminho. Mas a evolução que tivemos até o momento já são perceptíveis, juntamente com mudanças na conscientização do motorista e nas legislações de trânsito.
Só no Estado de São Paulo, por exemplo, houve uma redução de 11% no número de óbitos por decorrência de acidentes de trânsito no período entre 2014 a 2015, segundo Base do Registro Digital de Ocorrência e Crimes Violentos de Letalidade Intencional – SSP/SP.
A estimativa é boa, levando em consideração que quase 50% dos óbitos são em decorrência de colisões e choques com obstáculos fixos.
O quadro também é positivo para a capital. Na cidade de São Paulo, foram registrados 20% menos mortes de motoristas e passageiros por decorrência de acidentes de trânsito, caindo de 207 (2014) para 172 (2015).
O primeiro passo é ficar por dentro da segurança veicular, seja por iniciativa própria ou das montadoras; o outro passo é se precaver, contratando o melhor seguro de carro.